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quinta-feira, 2 de maio de 2013

O tratamento multidisciplinar da dor: benefícios de conjugar tratamento farmacológico e não-fármaco

Hoje o texto do nosso blog vai falar sobre dor, mas de uma visão diferente. Sabemos da importância da interdisciplinaridade no desenvolvimento de programas de tratamento de dores crônicas, pois a dor é resultado de diversos fatores. Assim, convidamos o psicólogo Magnus Arantes para falar sobre a relação entre a dor e os aspectos psicológicos interligados.
O tratamento multidisciplinar da dor: benefícios de conjugar tratamento farmacológico e não-fármaco
As características da dor são multidimensionais. Os aspectos psicológicos podem ter um papel de destaque no início, na gravidade, no exacerbamento ou mesmo na manutenção da dor. Por isso torna-se necessário e, em alguns casos, indispensável a avaliação psicológica da dor no processo de investigação dos aspectos psicológicos presentes em quadros de dor. 
Os programas mais eficazes de controle da dor são programas multidisciplinares que combinam intervenções cognitivas, físicas, e emocionais da psicoterapia e o uso racional de drogas analgésicas. Os objetivos se estendem além do controle da dor, e buscam restaurar a qualidade de vida geral do paciente, diminuindo o enfoque na medicação, restaurando os níveis de atividade e aumentando o bem-estar psicológico e social. Portanto, o controle dos sintomas, a melhora do conforto, a modificação do simbolismo da dor, a normalização ou a restauração das funções físicas, psíquicas e sociais dos doentes, a maximização dos potenciais remanescentes, a prevenção da deterioração das condições físicas e comportamentais são algumas metas a serem atingidas no tratamento de doentes com dor crônica. 
O objetivo do tratamento é a melhora da qualidade de vida e a reintegração biopsicossocial dos doentes. Para isso, é necessário que não entendamos a dor como um fato isolado, como um simples produto de uma disfunção orgânica, mas sim como um resultante de diversos fatores singulares interpretados de formas distintas por cada um de seus portadores.
O tratamento deve também contemplar os aspectos cognitivos e comportamentais, não apenas dos pacientes, mas também de seus cuidadores, uma vez que estes freqüentemente apresentam convicções negativas e distorcidas em relação ao significado dos diagnósticos, exames complementares, farmacoterapia, reabilitação, atividades físicas, repercussões psicossociais, capacidades funcionais, atitudes e perspectivas futuras. 
Os psicólogos ajudam os pacientes a entenderem o funcionamento de seu corpo, a compreenderem as manifestações de sua doença, a acompanharem seu tratamento. Observando a influencia de ínfimos fatores psicológicos no tratamento da dor uma abordagem psicoterapêutica teria necessariamente esclarecer quais os benefícios do papel deste profissional:
O papel do psicólogo clinico individual: propiciar que o paciente consiga resignificar a dor, melhorando a sua qualidade de vida, auxiliando a melhora em suas relações sociais, amenizando os sintomas psicogênicos (ansiedade, depressão, irritabilidade, perda de sentido existencial entre outros), orientação familiar, informativo sobre o quadro nosológico.
Psicólogo grupal: Instalar a troca de experiência ampliando a percepção de si-mesmo através de relações afetivas com pessoas com dificuldade similares, instalar a esperança, compartilhar experiências, desenvolvimento de técnicas de socialização, aprendizagem com o outro, criação de um espaço em que possa falar sem censura.
Texto: Magnus Arantes
Magnus é Psicólogo clínico, especializando em fenomenologia-existencial/Gestalt-terapia. Trabalha como psicólogo de grupo, orientador profissional, atendimento psicológico com pessoas com fobia de dirigir, e presta atendimento psicológico em clínicas de reabilitação para dependentes químicos.
Contatos: (37) 88161791 e (37) 91490656

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