Você sabe o que é a Espondilolistese?

Semana passada recebi alguns exames de uma mulher que conheci de forma despretensiosa  no aniversário do meu sogro. Começamos a conversar e ela já sabia do meu trabalho como fisioterapeuta e da minha especialidade em tratamentos de dores crônicas da coluna vertebral. 

Ela começou a me contar sobre o seu caso, das fortes dores que sentia que chegavam a incapacita-la de fazer tarefas simples do dia-a-dia, e como essa situação lhe incomodava.  Assim, durante nossa conversa ela me pediu para avaliar seu quadro. Os exames de imagem não deixavam dúvidas que se tratava de um quadro de espondilolistese. Por isso resolvi hoje falar aqui sobre essa deformidade da coluna vertebral. 

A espondilolistese é causada pelo deslocamento de uma vértebra sobre outra, como se uma vértebra escorregasse sobre a outra, ocasionando dor e inflamação da raiz nervosa. O deslizamento é mais recorrente na vértebra L5 e o grau de intensidade pode ser definido pela angulação alcançada no deslocamento (Grau de Meyerding): 

Grau I: de zero a 25%;

Grau II: de 25% a 50%;

Grau III de 50% a 75%;

Grau IV de 75% a 100%.

Quando o quadro atinge Grau V - deslocamento que ultrapassa 100%, o quadro é definido como uma ptose vertebral.

O deslocamento causa estiramento da estrutura neural, causando intensa dor, que pode ser localizada ou irradiada através do nervo ciático.

Existem duas causas mais comuns para os quadros de espondilolistese:

*Degenerativa: ocorre com mais frequência em adultos e idosos, consequência do desgaste natural da estrutura óssea;

*Ístimica: mais frequente na infância e adolescência, a espondilolistese ístimica é causada por má formação congênita, ou por alguma lesão ocorrida durante a infância.

É possível controlar o quadro aplicando técnicas de osteopatia e exercícios de estabilização vertebral. Casos muitos graves podem ser necessários o procedimento cirúrgico.

No entanto, muitos pacientes conseguem se livrar do desconforto e da dor com um tratamento fisioterápico periódico, onde ele será submetido às técnicas de osteopatia e fisioterapia manual. 

Após a estabilização do quadro de dor, podemos submeter o paciente a um processo que visa o fortalecimento da estrutura musculoesquelética, a fim de gerar uma base mais forte da região, auxiliando na estabilização vertebral.

Se quiser mais informações sobre a espondilolistese é só me enviar um comentário. Responderei com muito prazer.

Rodrigo Lara

Especialista em ortopedia e esportes - UFMG

Pós-graduado em treinamento esportivo - UFMG
Formação em terapia manual pela Spine