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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Lesões no ciclismo - parte 1

Bom dia leitores! Dando sequência à modalidade ciclismo aqui no blog, meu colega Guilherme Branco escreveu um artigo sobre as lesões mais recorrentes que podem atingir os atletas desse segmento esportivo. Espero que gostem!
Um abraço,
Rodrigo Lara

Lesões no ciclismo - parte 1

O ciclismo é uma atividade que não envolve descarga direta de peso corporal sobre os membros inferiores. Tal característica, em tese, deveria fazer com que as lesões decorrentes da sua prática, com exceção das traumáticas, fossem menos prováveis. Entretanto, sabe-se que posturas sustentadas e movimentos repetitivos podem gerar alterações no sistema musculoesquelético, o principal responsável pelos nossos movimentos. 

Analisando a atividade, o ciclismo engloba exatamente estes dois padrões de comportamento: movimentos repetitivos para os membros inferiores e posturas relativamente sustentadas para tronco e membros superiores. Além disto, os períodos de tempo gastos no treinamento e nas competições comparativamente a muitos outros esportes são bem maiores para o ciclismo. Assim, estes fatores geram padrões de lesões por sobrecarga (também denominada pelo termo em inglês overuse) únicos ao ciclismo.





As lesões por sobrecarga podem afetar os ciclistas profissionais e os amadores de maneira diferente, especialmente devido à vasta diferença na exposição à atividade entre estes dois grupos. Um estudo realizado com ciclistas amadores identificou uma média anual de volume de treinamento de 7.114 Km e uma participação em 2.9 eventos não competitivos por ano. Os ciclistas profissionais, por outro lado, relataram entre 25.000 e 35.000 Km e 50 a 110 dias de competição intensa por ano.

Inúmeros estudos investigaram lesões por overuse em ciclistas amadores. Neste grupo, sabe-se, de maneira unânime, que as lesões de joelho, coluna lombar, coluna cervical (pescoço) e punhos/mãos são identificadas.

Já para ciclistas profissionais, um estudo recente verificou que a maioria das lesões que mereceu cuidados médicos foi dor lombar (46%), dor no joelho (23%) e dor na coluna cervical (10%). As lesões que levaram a afastamento das atividades tiveram um padrão levemente diferente, com a dor no joelho a mais comum (57% - mais da metade) seguida pela dor lombar (17%) e lesões na perna ou no tendão de Aquiles (13%). Além disso, independente do local lesionado, 39% das lesões que levaram à procura de assistência médica não afetaram a habilidade dos atletas em participar de treinos e competições, 36% levaram a uma redução tanto no desempenho em competições quanto no volume de treinamento e 24% levaram a perda de 1 ou mais dias de treinamento ou competição.

De uma maneira geral, as lesões esportivas no ciclismo podem estar diretamente ligadas a fatores relacionados à postura, à flexibilidade e aos padrões de movimento do ciclista durante a pedalada. Assumir posturas incorretas na bike ou realizar movimentos que exijam muito mais energia do ciclista podem gerar lesões nos pés, tornozelos, joelhos, quadris, coluna, punho e mãos.
Desse modo, a identificação de fatores de risco ou mesmo causais de lesões é fundamental para a abordagem diferenciada que o ciclista necessita para prevenção e recuperação, otimizando sua prática e seu desempenho.


Dr. Guilherme Ribeiro Branco
Fisioterapeuta
CREFITO-4 / Nº 70407-F
Especialista em Fisioterapia Esportiva
SONAFE 272

Sócio-diretor e Fitter BIKE FIT BH

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